Seminário de História Medieval - Peça teatral sobre o livro O Martelo das Bruxas

Equipe já pronta para a apresentação da Peça Teatral

Sendo estudantes de História, é importante conhecer o a Escola dos Annales (que não era uma "escola" propriamente dita), sendo assim, durante a disciplina de História Medieval, estudamos como a nova abordagem histórica proposta pelos Annales renovou o quadro de possibilidades dos estudos hisóricos.

Nessa oportunidade, fica evidente que um dos maiores nomes do medievalismo é o francês Jacques Le Goff (terceira geração dos Annales), que resgatou a imagem do período medieval das trevas do imaginário popular com base na Antropologia histórica e publicou artigos sobre as universidades medievais, o trabalho, o tempo, as maneiras, as imagens, as lendas.

Durante a referida disciplina, foi proposta uma "pegada" diferente.

Era de costume a elaboração de Provas ou um Seminário com apresentações de estudos referente ao conteúdo da disciplina, contudo, o professor, depois de expor os temas para as apresentações, resolveu lançar um desafio: Uma peça teatral.

Tentando atender a nova demanda, nossa equipe pesquisou, estudou e roteirizou um pouco da rotina da sociedade feudal no período medieval, usando como motor de ação da peça teatral a Inquisição e a Caça as Bruxas, usando como referência o livro Malleus Maleficarum, mais conhecido como "Martelo das Bruxas".

EQUIPE
A quipe que ficou de apresentar a Peça Teatral foi composta por Francisco de Assis, Rita Cassia, Georgia Mara e Carlos Roosevelt. A proposta do roteiro criado para a a apresentação era:

• Uma exposição da rotina dos governados durante a Idade Média
• A Agricultura durante a Idade Média e o uso da Rotação Trienal de Culturas
• Heresias medievais e a instalação do Tribunal do Santo Ofício
• A tortura e a "purificação" das bruxas criminosas durante a Caça as Bruxas

DOCUMENTÁRIO
Um dos materiais usados na produção do roteiro para a dramatização foi o Documentário O Martelo das Bruxas que discute eventos que rondaram a produção de livro homônimo (também usado como referência da produção da peça).

LIVRO
O livro O Martelo das Bruxas ou Martelo das Feiticeiras (original Malleus Maleficarum) foi uma publicação entre 1486 ou 1487, época do esplendor do Renascimento, sendo o apogeu ideológico e pragmatico da Inquisição contra a Bruxaria. Escrito pelo dominicano e Inquisidor Heinrich Kraemer e por James Sprenger, o livro é, basicamente, um Código Penal feito para um "tribunal de ordem religiosa" que ensina o leitor a reconhecer uma Bruxa, neutralizá-la para posterior julgamento e, por fim, o Julgamento e Sentença (normalmente a Morte).

TEATRO
Depois de pesquisas e do roteiro criado, a Turma ensaiou as "falas" e também cuidamos do vestuário. Vale ressaltar a exposição de instrumentos de tortura confeccionados pela aluna Rita Cassia, ajudando a passar um "impacto" ao conteúdo da trama.

Cenário da peça e os instrumentos de tortura feitos artesanalmente

A trama conta a história de um Casal (Francisco de Assis e Rita Cassia) que procura ajuda de uma Mulher (Georgia Mara) que vive nos arredores da vila feudal, acostumada a tratar os enfermos que procuram ajuda usando ervas medicinais. O Esposo, acometido por um súbito ataque de epilepsia recebe ajuda da esposa e da Curandeira.

A Esposa auxilia a Curandeira a ministrar a porção medica para o Marido caido

Em paralelo, o Inquisidor mais velho (Carlos Roosevelt) e o Jovem Carrasco (Flávio)  chegam até a vila, munidos do livro Martelo das Bruxas. Sua missão era levar a Purificação para aquela região, onde, segundo rumores, vivia uma Bruxa que trabalhava suas maldições por meio de encantamentos e porções mágicas.

O Inquisidor e o Carrasco chegam na vila para a captura da Bruxa

O casal é encontrado pela dupla de Inquisidores que logo conseguem informações de onde se encontra a jovem Mulher curandeira (chamada de bruxa). Em nome da Igreja e do Tribunal do Santo Ofício, a jovem é capturada e levada para ser torturada (usando diversos instrumentos de tortura), confessar seus crimes e sua parceria com Satanás e, sumariamente morta.

UM POUCO DE INQUISIÇÃO
Depois da apresentação, houve uma explicação sobre alguns métodos de tortura e a aplicação de máquinas projetadas para fazer a pessoa "confessar" seus crimes, além de outros métodos que tinham a única intenção de executar uma vida.

A Santa Inquisição comandou capturas, julgamentos, torturas e assassinatos por meio de um sistema jurídico liderado pela Igreja Católica Romana que iniciou como forma de combate aos questionamentos dos Dogmas católicos (Sectarismo) e ganhou plenos poderes durante a Idade Média, com a criação do Tribunal do Santo Ofício (nos moldes da Europa ocidental).

Seu maior manual é, certamente, o livro Martelo das Bruxas, com orientações que não se limitavam a metodos de perseguição e aplicação efetiva de uma brutal e sistemática violência, mas a deformação de vários Mitos cristãos, além de pregar a purificação pela violência aplicada por membros escolhidos da Igreja.